Aliança para a Saúde e Medicus Mundi realizaram, na última sexta-feira, 2 de Setembro de 2022, às 17:00 horas, uma sessão especial da II Mostra Internacional de Cinema “ACTIVA-TE” sobre “os Principais Desafios no Exercício do Direito à Saúde em Moçambique”.
Aliança para a Saúde e Medicus Mundi realizaram, na última sexta-feira, 2 de Setembro de 2022, às 17:00 horas, uma sessão especial da II Mostra Internacional de Cinema “ACTIVA-TE” sobre “os Principais Desafios no Exercício do Direito à Saúde em Moçambique”, na Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane, na cidade de Maputo.
A sessão especial foi dirigida aos estudantes de Comunicação e Artes da Universidade, com o objectivo principal de contribuir para a sensibilização e consciencialização do sector das artes e da cultura sobre o Activismo e o Direito à Saúde, e trazer a consciência do importante papel que a Comunicação e as Artes exercem no contexto da saúde e dos direitos humanos.
O evento, que durou pouco mais de 2 horas, teve na sua agenda a projecção do Filme “Calças”, dirigido pelo cineasta Paulo Guambe, e um painel de debate que contou com a participação de António Mate, Defensor dos Direitos Humanos e colaborador do Observatório do Cidadão para a Saúde, e de Paulo Guambe, Cineasta e Docente Universitário, sob a moderação de Miranda Munhua, especialista em Comunicação para a Saúde e colaborador da Medicus Mundi.
O filme “Calças” é uma curta-metragem produzida em 2018 por Paulo Guambe, no âmbito dum estágio escolar de formação em Cinema e Audiovisual no ISARC, cuja estória gira em torno de um jovem que perde a vida depois de não ter tido acesso a assistência médica num hospital em virtude de se apresentar vestido de calções.
Na ocasião, Paulo Guambe reafirmou que o cinema e a arte, no geral, podem servir de instrumentos eficazes para a consciencialização sobre problemas reais da nossa sociedade e, em consequência, para propor soluções práticas que vão nos permitir ultrapassar esses problemas. Num trecho do seu filme “Calças”, Guambe afirma que “a arte não deve ser para a diversão, ela deve ser feita para mudar as atitudes dos detentores de poder”.
Por sua parte, António Mate salientou que a saúde é um direito universal que não se pode negociar. Para ele, o filme projectado ilustra algumas das barreiras que os utentes encontram no acesso aos serviços de saúde em Moçambique: “Vimos que a falta de cordialidade, um atendimento não humanizado, pode determinar a vida de uma pessoa, isto para dizer que, essas barreiras que encontramos podem vir a custar a vida de um cidadão”.
Alguns dos desafios no exercício do Direito à Saúde em Moçambique estão relacionados com as cobranças ilícitas, o desconhecimento dos instrumentos e processos de denúncia, a falta de empatia por parte dos provedores de saúde, a problemática das infraestruturas obsoletas e não condignas, o irrespeito da privacidade dos utentes, a falta de inclusão das pessoas com deficiência, o difícil acesso aos medicamentos nas Unidades Sanitárias, entre outros…
Refere-se que a realização dessa II Mostra Internacional de Cinema encontra-se inserida na campanha “ACTIVA-TE”, lançada no passado mês de Fevereiro pela Aliança para a Saúde, para a defesa do Direito a Saúde em Moçambique, nas áreas de Direito à Saúde, Violência Obstétrica, Melhoria dos Serviços às Mulheres Vítimas de VBG, Direitos e Deveres dos Utentes, Diversidades Sexuais, Masculinidades Positivas, Nutrição e Saúde Comunitária, com foco na obtenção de efeitos positivos para o fortalecimento do Sistema Nacional de Saúde.
Esta actividade foi realizada com o apoio financeiro da Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) nos termos do Convénio 18-CO1-1096 «Melhorar a saúde da população, com incidência nos seus Determinantes Sociais e especial enfoque na nutrição, através do fortalecimento dos Cuidados de Saúde Primários como a melhor estratégia para garantir o Direito à Saúde e a colaboração da sociedade civil, das instituições de pesquisa e do SNS». O conteúdo desta notícia é da exclusiva responsabilidade da medicusmundi e não reflecte necessariamente a opinião da AECID.