“Os média devem assumir a responsabilidade de manter e ampliar a visibilidade dos assuntos relacionados com a Violência Baseada no Género, sem reforçar o problema e sem expor as vítimas, de modo a diminuir os efeitos negativos da mesma”, disse Karina Dulobo.
“Maputo não é o [único] centro das atenções e é importante que o documento abranja todos jornalistas do país, para que os mesmos possam, através de rádios comunitárias, jornais locais e média televisivos, difundir a mensagem.
“Os média devem assumir a responsabilidade de manter e ampliar a visibilidade dos assuntos relacionados com a Violência Baseada no Género, sem reforçar o problema e sem expor as vítimas, de modo a diminuir os efeitos negativos da mesma”, disse Karina Dulobo, Coordenadora de Género da medicusmundi, no âmbito do lançamento do Regulamento de Comunicação Ética sobre Violência Baseada no Género, que teve lugar no dia 17 de Março de 2022, no Ministério de Género, Criança e Accão Social, em Maputo.
No evento de lançamento do Regulamento de Comunicação Ética sobre Violência Baseada no Género, Karina Dulobo referiu a necessidade de os jornalistas melhorarem a qualidade de cobertura das matérias relacionadas com a Violência Baseada no Género (VBG), tendo como base o regulamento apresentado, o qual, no seu entender, deverá contribuir para uma cobertura mais ampla e qualificada, fornecendo informação e instrumentos que contribuem para a melhoria da reportagem sobre a VBG na sociedade.
A Coordenadora de Género da medicusmundi referiu ainda que os/as jornalistas devem saber usar, igualmente, as principais terminologias ligadas às temáticas de género, com destaque para as relacionadas com a VBG, referindo que este regulamento poderá servir como guião para apoiar os jornalistas nestas matérias.
“As mulheres são livres para tomar as suas próprias decisões e estar envolvidas em todos os processos”.
ʺMaputo não é um país", disse Federico Jamisse, Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Instituto para a Comunicação Social da África Austral – Moçambique (MISA-Moçambique), afirmando categoricamente que a instituição que representa participou de forma activa na produção deste novo regulamento. Na ocasião, o dirigente do MISA-Moçambique apelou também aos jornalistas para não publicarem matérias de género relacionadas apenas com a VBG, mas trazerem soluções para que a sociedade e/ou os seus praticantes acordem do abismo em que estão inseridos, deixando de pautar a sua conduta pela violência, mas sim pelo diálogo.
Para o MISA-Moçambique, é importante que o regulamento chegue às redacções e que os jornalistas organizem palestras e debates de como reportar os assuntos ligados à VBG.
“Por causa da moda, nós fazemos lançamento e terminamos em Maputo”, realçou Federico Jamisse. Para Jamisse, “Maputo não é o [único] centro das atenções e é importante que o documento abranja todos jornalistas do país, para que os mesmos possam, através de rádios comunitárias, jornais locais e média televisivos, difundir a mensagem e desencorajar a prática de Violência Baseada no Género”.
Outro calcanhar de aquiles referido por este interlocutor do MISA-Moçambique está dentro das próprias redacções jornalísticas, ao afirmar que “as mulheres nestas instituições são postas fora no momento da tomada de decisões”. Federico Jamisse apelou, por isso, às instituições jornalísticas para não excluírem as mulheres, reafirmando que “é importante que haja um lugar especial para elas nas redacções”. Jamisse terminou sua intervenção dizendo que “as mulheres são livres para tomar as suas próprias decisões e estar envolvidas em todos os processos”.