medicusmundi cria Grupos de Apoio Psicossocial nos Centros de Reassentamento de pessoas deslocadas.

A medicusmundi, em coordenação com a Direcção Provincial de Saúde (DPS), através dos Serviços Distritais de Saúde, Mulheres e Acção Social (SDSMAS) e da Cáritas da Diocese de Pemba, criou, entre os dias 28 de Setembro e 2 de Outubro, três Grupos de Apoio Psicossocial, em Cabo Delgado, com pessoas deslocadas pelo conflito no norte da província.

A criação dos Grupos de Apoio com famílias altamente vulneráveis, foi antecedida de uma formação de 15 técnicos de saúde de três Unidades Sanitárias de referência em Cabo Delgado, nomeadamente: o Centro de Saúde de Metoro, no Distrito de Ancuabe; o Centro de Saúde de Mirate, no distrito de Montepuez; e no Centro de Saúde de Nanrapa, no distrito de Namuno. Após a criação dos três grupos, os formandos afirmaram reconhecer a existência de pessoas nas comunidades de reassentamento que sofrem de problemas psicológicos e comprometeram-se a levar a cabo a actividade de apoio psicossocial e encaminhamento à Unidade Sanitária para atenção hospitalar.

A medicusmundi, representada pelo Psicólogo Abdala Iahaia, fez um apelo aos Grupos de Apoio Psicossocial criados nos Centros de Reassentamento para que, durante a realização das suas actividades junto às famílias, pautassem pelo respeito dos direitos humanos, sigilo profissional e humanismo.

Nos Centros de Reassentamento, as necessidades básicas, como alimentação, água e abrigo, vem sendo satisfeitas por vários actores da sociedade civil e não só; porém, o que se segue é reforçar a rede de saúde com apoios que podem, em primeira instância, contribuir para a prevenção das doenças de maior risco, como diarreia, cólera, malária, desnutrição, entre outras, bem como os cuidados psicossociais de que as comunidades necessitam para que possam reconstruir as suas vidas. A maior parte das pessoas deslocadas e reassentadas foi vítima de torturas físicas, violação sexual, entre outros crimes; por esta razão, para a medicusmundi, em Cabo Delgado, criar e fortalecer estes grupos a nível das comunidades e Centros de Reassentamento constitui uma grande prioridade para garantir a assistência humanitária, o apoio psicossocial e a atenção sócio-sanitária.